O nosso querido Amigo DESAMBIENTADO
Escreveu o seguinte no seu último post, no seu belíssimo blogue:
“Senti um medo que contrastava
Com a sensação de liberdade,
De ter, perante mim, um infindo universo,
Que nunca povoarei.
É um tormento sentir
Que não lhe podemos tocar, ver ou possuir.
É um suplício não ser
Eterno para o conhecer,
Pelo menos no éter que exala.
É uma tortura pensar que se morrerá,
Sem matar a sede do conhecimento.”
Sentindo a sua melancolia e querendo fazer algo muito difícil, consolar a sua nostalgia, não soube encontrar palavras, até que dei com um poema que escrevi há longos anos! Em 1981!
Arriscando-me a que não constitua grande consolação, mesmo assim, transcrevo-o aqui:
A Pergunta...
Se fui pó
E fui estrela
E fui flor,
Porque olho desesperada
Ao meu redor,
E procuro no Arco-Íris de cor
A Ponte do SER?
Se fui rocha
E planeta
E cometa,
Porquê agora,
Prisioneira do meu eu,
Procuro o Céu
Com os meus olhos de não ver?!
E se fui Esfinge
E fui humana
E fui raiz,
Porque procuro ainda
O que me diz
Que eu sou tudo?
Porque questiono o mundo?
Porque não sou feliz?
E se fui Países e história
Que canta a memória
Dos astros sem fim,
Que foi feito de mim?
QUEM é feito em mim?
(ISABEL - 17/03/1981)
(Fotos de Isabel)